Enquanto dedos se movem freneticamente e olhos estão fixados na tela do celular, o mundo desaparece. Distraídos no universo virtual, os transeuntes em Itararé tornam-se alvo de criminosos que visam os celulares. De acordo com informações, os furtos (ações sem violência e/ou ameaça) de celulares ultrapassaram os roubos (quando há violência e/ou ameaça) em Itararé. De janeiro a abril de 2024, foram registrados mais de 116 crimes de furtos na cidade. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Ao mesmo tempo em que as pessoas têm se preocupado mais em registrar as queixas, alguns afirmam que muitas dão brechas para a ação dos criminosos. Assim, à espreita, os bandidos se aproveitam da distração para atacar.
Estatísticas Essas condutas refletem nas estatísticas das cidades do interior. Em São Paulo, conforme levantamento da Sesp, também houve mais furtos do que roubos de telefones.
Apesar de ter registrado o boletim de ocorrência, o estudante Francisco Assis Barbosa, de 24 anos, não sabe até hoje quem levou o celular dele. “Estava voltando da faculdade e o deixei dentro do carro, na bolsa. Alguém quebrou a porta e levou o aparelho e a bolsa junto. Só fui perceber depois”, conta.
Outra moradora da Vila Alvorada explicou que já foi assaltada duas vezes ao chegar na casa da filha, na Rua 15 de Novembro, área central da cidade. Relatou que, ao se preparar para abrir o portão da casa, foi surpreendida por um jovem que chegou ao local de moto e ficou próximo vigiando. “Em seguida, os dois fugiram na moto em alta velocidade”, declarou, ressaltando que a dupla levou dela uma bolsa com R$ 150,00 e mais uma bolsa cheia de roupas novas diversas, que ela havia levado para a filha vender.
“Os roubos de celulares passaram a ser comuns. É um objeto muito visado porque os criminosos sabem que todo mundo tem. E eles passam para frente”, pensa Viviane da Silva, estudante de 17 anos. Ela admite que sempre anda com o aparelho em mãos, mas argumenta que presta atenção ao redor. Isso não foi suficiente para que ela não fosse assaltada mais de uma vez: “Perdi as contas”.
Vítimas não devem reagir, afirma a Polícia Militar, a instituição ainda alerta que nenhuma vítima deve, em hipótese alguma, reagir a um assalto. “Não sabemos o que o bandido está disposto a fazer com a vítima no momento do crime. Orientamos sempre: não reaja. Chame, imediatamente a Polícia, nenhum objeto pessoal ou celular vale mais do que a vida de uma pessoa”.
Produto roubado
Comprar produto roubado é crime. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar um produto de crime pode levar à prisão. Esse crime é considerado receptação, delito previsto no artigo 180 do Código Penal. A pena chega a quatro anos. A situação piora se o produto roubado ou furtado tem como destino a venda, inclusive no comércio irregular ou por negociação particular. Nesse caso, o receptador pode ficar até oito anos preso.