Nota da redação: A reportagem foi atualizada na sexta-feira (10.mai.2024), onde foi incluída a resposta da prefeitura sobre o caso.
A família do servidor municipal Gleiber Bedani do Couto, de 50 anos, que morreu quando fazia o corte de uma árvore na cidade de Itararé (SP), no dia 1º de março, fez uma denúncia ao Ministério Público. Segundo o atestado de óbito do trabalhador, a causa da morte teria sido a queda e não um mal súbito, como afirmou a prefeitura municipal de Itararé na ocasião. A família também afirma que houve desvio de função do cargo.
No documento, a causa da morte é descrita como “traumatismo cranioencefálico – queda de altura”. De acordo com a família, a queda pode ter acontecido por falta do uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), já que Gleiber havia relatado que não usava outros equipamentos e só recebia um uniforme do governo municipal. Parentes acreditam que caso ele estivesse usando equipamentos adequados, poderia ter tido a chance de ser socorrido.
Os questionamentos também geraram a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Vereadores da cidade. De acordo com o vereador Fernando FH, o caso ainda está sendo apurado e todas as circunstâncias serão investigadas.
A família também afirma que não teve suporte da Prefeitura Municipal de Itararé após o ocorrido e que o pagamento do homem, correspondente ao mês de fevereiro, até o momento não foi realizado, mesmo tendo o registro que a baixa na Carteira de Trabalho foi feita na data da morte.
A filha da vitima precisou entrar com pedido judicial para receber os direitos do pai e aguardam por uma decisão, já que, nem sequer a cesta básica foi entregue para ajudar a família.
O que diz a prefeitura
Em nota a Prefeitura Municipal de Itararé, afirmou que o servidor desempenhava as funções de auxiliar de serviços, portanto, sua atuação estava estritamente alinhada às suas responsabilidades, não havendo qualquer desvio de função.
Em relação ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a Prefeitura assegurou que todos os equipamentos necessários para a execução segura de tarefas como a poda de árvores são disponibilizados aos nossos funcionários. O fato de o EPI não estar sendo utilizado por Gleiber no momento do incidente é objeto de uma sindicância interna, que busca esclarecer as circunstâncias que levaram a essa situação.
Quanto à causa da morte, apontada pelo atestado de óbito como consequência da queda, a Prefeitura afirmou que está também sendo objeto de apuração pela mesma sindicância administrativa, para garantir a devida clareza e transparência sobre os fatos.
Sobre o pagamento dos valores devidos ao servidor, após o ocorrido, a família de Gleiber procurou o Departamento de Recursos Humanos uma única vez para informar-se sobre o procedimento necessário para o recebimento. No entanto, optaram por não seguir o trâmite administrativo, escolhendo a via judicial através do ajuizamento de um alvará, o que está fora do controle administrativo da Prefeitura.
Sobre a afirmação da família, de que não estaria sendo assistida, a nota da prefeitura destacou ser incorreta. A nota afirmou que desde o início, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social agiu prontamente, fornecendo duas cestas básicas e uma caixa de leite no dia 04 de março, apenas três dias após o incidente. No dia 11 de março, a família recebeu a doação de um gás de cozinha. No dia 12 de março, a irmã da esposa do servidor foi atendida no CRAS da Vila Novo Horizonte, onde também recebeu uma cesta de alimentos. Além disso, no dia 08 de abril, atendendo ao pedido da família, a neta do servidor foi atendida com uma vaga na APAE e, no último dia 30 de abril, a família recebeu novamente duas cestas básicas. A Prefeitura também assegurou suporte da Secretaria Municipal de Saúde, que facilitou o acesso da família a recursos médicos necessários, como uma viagem a São Paulo para a busca de uma cadeira de rodas especial.
Para finalizar, a Prefeitura de Itararé ressaltou que se mantém firme no compromisso com a integridade e a segurança de todos os seus colaboradores e reitera a sua disposição para manter a transparência com a população e a imprensa.
Relembre o caso
A morte foi confirmada no dia 1º de março de 2024, quando Gleiber caiu enquanto fazia a poda de uma árvore, em Itararé. Testemunhas afirmam que ele teria tido um mal súbito na hora e caiu. Segundo nota divulgada pela prefeitura na ocasião, o servidor foi socorrido e levado até a Santa Casa de Itararé, mas não resistiu aos ferimentos.
Ele trabalhava há 12 anos prestando serviços para o governo municipal.
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