Os 78% de aprovação alardeados pelo atual prefeito de Itararé soam como um dado fora da realidade, especialmente diante do resultado das últimas eleições, onde seu afilhado político foi rejeitado nas urnas. A disparidade entre esses números e os fatos é um sintoma evidente de um governo que, apesar de alguns acertos pontuais, não conseguiu atender às demandas essenciais da população.
Os erros que persistem
Entre os maiores fracassos do mandato está a saúde. Pacientes que aguardam anos por exames não é apenas uma falha administrativa; é uma tragédia humana. A falta de profissionais no setor reforça a percepção de que a saúde municipal está “na UTI”, sem sinais de recuperação. Além disso, o IDEB—um importante indicador de qualidade educacional—continua abaixo do esperado, evidenciando a falta de investimento e planejamento na área que deveria moldar o futuro da cidade.
Outro fracasso que se tornou motivo de chacota no município foi a tentativa frustrada de atrair emprego para o município, como foi o caso da empresa GMH. Apresentada como uma promessa de desenvolvimento e geração de empregos, a negociação fracassou de forma tão retumbante que deixou os moradores incrédulos e reforçou a percepção de falta de planejamento e articulação da gestão.
A questão aqui não é apenas a incapacidade de resolver problemas históricos, mas também a ausência de propostas concretas e eficazes para superá-los. A administração preferiu se concentrar em projetos pontuais e na autopromoção, enquanto a população mais vulnerável continuava à margem.
Os acertos não redimem
Houve avanços, é inegável. O pagamento da dívida da Santa Casa foi um passo importante, trazendo alívio para uma instituição que há anos enfrentava dificuldades crônicas. Mas até esse acerto merece uma análise crítica: a solução demorou e veio acompanhada de pouco ou nenhum planejamento para garantir a sustentabilidade financeira da entidade no futuro.
O que faltou
Ao longo de seu mandato, o prefeito falhou em criar uma conexão genuína com as demandas reais da população. Promessas de melhorias na saúde e na educação se perderam no discurso, enquanto a execução ficava aquém do esperado. Além disso, a falta de transparência e de um planejamento efetivo para atrair investimentos e gerar empregos agravou ainda mais a situação econômica da cidade.
Uma reflexão necessária
Se os 78% de aprovação fossem reais, Itararé estaria vivendo uma realidade bem diferente. Os números, neste caso, não apenas mentem; eles insultam a inteligência dos cidadãos que enfrentam filas intermináveis, escolas precárias e uma gestão que, apesar de alguns méritos, não cumpriu a promessa de transformar a cidade.
É hora de parar de inflar estatísticas e começar a construir soluções reais. O povo de Itararé merece mais do que discursos vazios e aprovações fabricadas; merece um futuro digno e gestões que sejam realmente comprometidas com o bem-estar coletivo.