O crescente aumento no número de moradores de rua é um fato alarmante que pede maior atenção por parte dos governantes de Itararé, a fim de garantir-lhes a possibilidade de uma vida digna e com acesso aos recursos mínimos para alcançar alguma qualidade de vida.
Apenas na cidade de Itararé, o número de moradores de rua é considerável, porém a Secretaria responsável por esta área não soube citar números exatos sobre quantas pessoas vivem hoje em situação de rua.
“Os motivos que levam uma pessoa a morar na rua são variados, como o desemprego, o abandono familiar, a situação econômica precária, o desajuste social, problemas psicológicos e, muitas vezes, o vício em drogas como álcool e crack. Essas pessoas já não veem expectativas em suas vidas, encontram-se em uma situação de sobrevivência, fora do contexto social, sem esperanças ou sonhos, utilizando papelões e jornais como proteção do frio durante a noite”, afirmou uma assistente social ouvida pela RVS.
Para a Professora de Sociologia, Neide Gomes, a situação que presenciamos não é apenas um problema dos governantes, mas sim da sociedade como um todo, que de uma forma ou de outra faz com que essas pessoas se sintam abandonadas e excluídas da sociedade. “Não é apenas o governo que deve voltar seus olhos para essas pessoas, mas também a sociedade, que ao se deparar com um ‘mendigo’ na rua passa como se nada existisse naquele lugar, como se ele não fizesse parte de sua realidade. Essa imagem ‘inconveniente’ passa despercebida aos olhos das pessoas, que já não enxergam solução para esse problema e ignoram o outro, que necessita de ajuda ou, pelo menos, ser tratado com dignidade”, afirmou.
Esta semana, nossa equipe de reportagem esteve conversando com diversos moradores de rua, onde pudemos ouvir os relatos dos moradores mais de perto e assim entender a realidade de suas vivências nas ruas. São diversas as realidades que os moradores relataram à nossa redação; alguns demonstram olhares de tristeza, outros de revolta, e outros estão conformados com a situação.
Neide Gomes também ressaltou que esses moradores de rua são pessoas que fazem parte de nossa sociedade, que possuem os mesmos direitos perante às leis, mas que estão esquecidos, sem o mínimo de atenção, principalmente por parte dos governantes. A sociedade deve rever seus conceitos e incentivar o amor ao próximo, tratando todos com dignidade, independentemente da situação socioeconômica em que se encontram.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas deixa claro: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
Os moradores da cidade estão se sentindo inseguros em várias áreas da cidade, incluindo o Centro, a rodoviária, e ao arredor do antigo Mercadão Municipal, onde moradores de rua têm causado incômodo. Há relatos de comportamento ofensivo e confrontos nas calçadas. A população espera que a prefeitura tome medidas eficazes para abordar esse problema crescente e garantir a segurança de todos os residentes e visitantes.
O que a prefeitura diz:
O jornalismo da RVS entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal, e com a pasta responsável pela casa de passagem do município, mas até o fechamento desta edição não tivemos nenhum retorno.
Moradores também compartilham relatos de moradores de rua envolvidos em atividades criminosas, como roubos. A complexidade dessa situação exige uma abordagem cuidadosa e coordenada das autoridades e da comunidade local.
Aqui está o que sabemos – e não sabemos – sobre as pessoas em situação de rua em Itararé.
- A prefeitura municipal não tem um número exato de pessoas em situação de rua.
- Existe uma casa de passagem na cidade, mas muitos se recusam procurar o local, pois não querem seguir regras estabelecidas para permanecerem ali.